Era o final de uma tarde de 2001. Não sei bem o dia nem qual episódio vi, mas aquele ai ai ai Yukito me pegou sem aviso prévio. Eu, que fora convertida em fã de animes através da CLAMP, não conseguiria escapar aos encantos e à energia da pequena Sakura Kinomoto, suas roupas fofas e sua força de vontade.
Sei que é o caso de muitas de vocês: já se passaram 17 anos, nós mudamos, crescemos, talvez nem gostemos mais tanto de mangás como antigamente. Seja sincera, qual foi o último anime que você viu? Estou certa de que muitas responderão que não se lembram.
Quando soube que Cardcaptor Sakura (ou Sakura Card Captors, para os íntimos tupiniquins) estava de volta, fui pega de surpresa. Corri em busca de imagens, desde quando isso que eu nem sabia, como assim? Assisti os dois primeiros episódios no dia seguinte, sem medo de ser feliz.
Por isso, nesse post farei uma avaliação mais sentimental do que estética – impressões do ponto de vista da Mylle de 15 anos que ainda mora em mim.
Cardcaptor Sakura Clear Card-hen
Clear Card-hen é uma continuação direta do mangá de Cardcaptor Sakura. É produzido pelo estúdio CLAMP e começou a ser publicado em julho de 2016 na revista semanal Nakayoshi. Já o anime foi ao ar em 07 de janeiro de 2018 e conta tanto com a mesma equipe de produção quanto com o estúdio Madhouse, responsáveis pelo projeto anterior da série. A previsão é que a nova temporada tenha 26 episódios.
O OVA “Sakura and the Two Bears”(Sakura e os dois ursos) foi produzido e lançado em julho de 2017. Ele é o elo entre os acontecimentos de Cardcaptor Sakura e Cardcaptor Sakura Clear Card-hen.
Os primeiros episódios
Até o dia em que escrevi esse post (19 de janeiro de 2018), apenas dois episódios estavam disponíveis, mas foi o suficiente para ter aquela overdose de nostalgia. O que mais chama a atenção é que a produção como um todo manteve TODAS as características do primeiro anime. Basta dar play para ser transportada no tempo, ver aqueles personagens tão queridos se mexendo na tela, iguais, como se tivessem se escondido por um tempo só por pirraça.
O que me chamou muita atenção também é que são usados poucos efeitos 3D na série, nos mantendo presos na nostalgia. As cores, texturas e passagens de tempo também continuam com todo o seu charme característico, bem como as piadas.
Guardei uma cena do segundo episódio comigo: detalhe de uma folha caindo, passeando no chão ao sabor do vento. Estão todos conversando felizes na hora do recreio, falando sobre as mensagens que trocam com a Meiling. Essa folha fica uns 5 segundos na tela e, em qualquer história, ela seria uma quebra de narrativa. Mas em Cardcaptor Sakura funciona. É um respiro. Uma reflexão. Mostra que, mesmo com todo mundo reunido e feliz, existe uma preocupação latente.
E, ao mesmo tempo, é só uma folha. Aprecie.
A beleza da história está no fato dela, mesmo sendo boba e infantil, transmitir mensagens fortes. Não é como um tapa na cara da sociedade, ela trabalha com as sutilezas. Como uma folha que cai.
Sakura e Shaoran: o reencontro
Bem, eu era apaixonada pelo Shoran, não posso negar. Tudo o que eu queria era que ele ficasse com ela, por que ir pra Hong Kong, gente? Foi nessa época que li umas fanfics, me choquei com esse mundo e nunca mais voltei. Mas eu achei o reencontro deles PÉSSIMO. Ok, eles são japoneses, normal serem mais frios, mas podia ter um pouco mais de emoção.
O que acabou comigo foi o “terminei as coisas que tinha para fazer em Hong Kong“. Credo, como fui me apaixonar por um menino tão vago? Aí ele volta e as cartas ficam todas transparentes. AH VÁ!
Mesmo assim, eu shippo o casal há muito tempo, então aceito tudo. O talento dos japoneses é pegar uma fórmula pronta e replicá-la milhares de vezes, que seja! Só manda mais porque está lindo.
Fangirl que vive em você, liberte-se!
Se você gosta do anime original, pode assistir à Cardcaptor Clear Card-hen sem medo de ser feliz. Indico o site Animes One HD, nele você pode ver online em qualquer dispositivo e ainda espelhar para o seu Chromescast, uma beleza.
Claro que, para coroar a nostalgia, o ideal seria ver dublado. Mas olha, vai vendo com o áudio original e depois, se sair a versão dublada, você vê de novo! Deixa rodando enquanto lava a louça, essas coisas.
Se você gosta da série, eu recomendo a leitura de um artigo bem interessante publicado pelo Danilo Hatori aqui no Tadaima: O Amor em Cardcaptor Sakura. Nele o autor faz uma análise dos relacionamentos românticos mais inusitados do mangá.
Deixe um comentário