Os alunos de Jornalismo da UFPR fizeram uma matéria sobre o AnimeXD que aconteceu no mês de agosto. No entanto, o que poderia ser bastante esclarecedor e interessante transformou-se em algo ridículo e de certa forma tendencioso. Para ver o vídeo é só clicar na imagem acima ou aqui. Depois de assistir você pode voltar ao blog e ler as observações sobre o assunto.
* “Nesse evento rola de tudo” generalizou muito o evento e não foi nada claro, dando margem à pensamentos diversos;
* “A maior atração do festival não fica no palco, mas na platéia: são os cosplayers…” deixou meio ambígua a questão dos concursos de cosplay. Afinal, eles sobem ou não ao palco?
* “Tem gente que capricha no figurino, outros nem tanto” com um close de um rapaz usando uma touquinha deturpou mais uma vez o cosplayer. Usar touquinhas, orelhinhas, rabinhos ou quaisquer outros acessórios NÃO é usar cosplay. Se não sabe é só perguntar antes, não custa nada.
* “Algumas pessoas incorporam tanto o seu personagem que chegam a não se importar em sofrer alguns hematomas por isso” é o início do ápice da ruindade da matéria. O fato é que um cara loiro sem camisa, pelo menos naquele momento, não é um cosplayer de Naruto. Ele sequer está usando uma bandana pra disfarçar.
* “Mas tudo, claro, faz parte da brincadeira” dá a entender que o evento inteiro é cheio de pessoas que adoram levar uns chutes na boca do estômago! Viva à cultura pop japonesa! Depois ninguém sabe porque as pessoas dizem que o animê faz com que os jovens fujam de casa.
* E aí aparece o entrevistado. Pois é, não foi problema escolhe-lo, o grande problema foi colocá-lo como um cosplayer! Olha, pelo horário dessa atividade, as meninas poderiam ter esperado um tempo para captar imagens do concurso cosplay e ter entrevistado QUALQUER cosplayer que estivesse por entre as pessoas. Outra vez, se não sabe quem entrevistar, é só perguntar que nós indicamos.
* “Esse é um jeitinho de ficar mais perto dos personagens que eles tanto admiram”. Isso mesmo, levando chutes no estômago e dizendo que isso é incorporar o personagem.
* E a música de fundo chega para fechar com chave de ouro a matéria. Poderiam ter colocado qualquer música japonesa que seria melhor que a que foi colocada.
Nem o texto logo abaixo do vídeo se salva: “Cosplay é quem tem por hobby se vestir como um personagem de algum livro, desenho em quadrinho ou animado, videogame, jogo ou filme que queira homenagear. A palavra vem da abreviação para costume play (costume = roupa / traje / fantasia; e play = atuar). O cosplayer chega até mesmo a competir em concursos para ver quem adapta a melhor fantasia de um personagem da ficção, mas o grande barato desse hobby é mesmo a diversão de estar entre amigos. Veja mais no vídeo.”
* Já começa mal, porque cosplay não é pessoa, mas sim a roupa que a pessoa usa. A pessoa é o cosplayer.
* “Mas o grande barato desse hobby é mesmo a diversão entre amigos”. Além da frase estar mal formulada, o grande barato do hoby é um pouco diferente. Os cosplayers de verdade se divertem tanto confeccionando quanto vestindo a sua roupa e assim homenageam a personagem que tanto admiram. Se divertir com os amigos fica em segundo plano.
Nada que um pouquinho mais de pesquisa e mais pesquisa não tivessem dado um jeito. Espero que as pessoas que fizeram essa matéria e os demais jornalistas que eventualmente passam por aqui levem meus conselhos consigo. Porque sério, depois reclamam que o jornalismo é uma porcaria, mas se nem na faculdade pesquisam direito, quem dirá no mercado de trabalho.
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