O Estado do Paraná– O número 70, de julho de 2011, da “Revista de História”, respeitada publicação editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que pode ser encontrada nas melhores bancas da cidade ao preço de R$ 8,90, traz uma reportagem sobre mangá, na qual destaca o pioneirismo do escritor, desenhista, ilustrador e chargista Cláudio Seto. Mangá é nome que se dá aos quadrinhos japoneses, estilo do qual Seto é considerado um mestre fora do Japão.
A reportagem “Mangá com sotaque”, de Franco de Rosa, destaca que no início do século XX, os quadrinhos japoneses eram lidos apenas pela colônia nipônica e hoje “são um sucesso só”. O autor do artigo para a revista atribuiu o pioneirismo no Brasil a Minami Keizi, que publicou nos anos 60, o “Álbum Encantado”. No entanto, observa que “Cláudio Seto também merece crédito semelhante. Desde pequeno, o futuro artista já fazia os seus primeiros traços, e aos nove anos, com auxílio da mãe, que escrevia bem em japonês, passou a se corresponder com o artista japonês Ishimori Shotaro, a quem elegeu como mestre”.
A publicação diz ainda que “a partir dos 16 anos de idade, Seto produziu várias revistas com histórias de samurais e ninjas, e se tornou o primeiro autor a publicar mangás brasileiros no estilo gekiga – mais realista, destinado a adultos”. A publicação conclui dizendo que “seu maior sucesso nessa época foi a série ‘O Samurai’ (1969), o primeiro dos muitos trabalhos de renome do autor, que totalizam dezenas de revistas e mais de 3.000 páginas de quadrinhos. Uma marca ainda não superada”.
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E para ressaltar a revista da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro reproduz em duas páginas ilustrações de Seto para a história denominada “Flores Manchadas de Sangue”. Chuji Seto Takeguma, o verdadeiro nome de Cláudio Seto, radicou em Curitiba nos anos 70, onde morreu em 2008, depois de morar na cidade por mais de 30 anos. Ele trabalhou nos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná e foi autor de vários livros e publicações sobre a cultura japonesa.
O número 70 da “Revista de História” traz como tema principal e reportagem de capa uma abordagem sobre as dez principais batalhas nas quais o Brasil se envolveu, com destaques para os violentos confrontos de Tuiuti e Humaitá, na guerra do Paraguai, a tomada de Monte Castello, na Segunda Guerra Mundial. Num artigo posterior, a revista questiona se realmente o povo brasileiro é tão pacífico quanto se propaga e dá como exemplo outros conflitos violentos, entre eles o do Contestado na fronteira do Paraná com Santa Catarina.
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