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Faz tempo que quero contar sobre a minha longa jornada até conseguir comprar um telefone celular japonês. Para quem não sabe, o Japão é um dos únicos países que ainda não adotou massivamente o uso do cartão SIM – o famoso chip de celular. A aquisição de um aparelho está diretamente ligada à operadora que presta o serviço, ou seja, se você quiser um determinado modelo de celular (iPhone 4S, por exemplo), você tem que ir até a Softbank, comprar o aparelho com eles e assinar um contrato de 2 anos de serviço. No caso da quebra de contrato, você paga uma multa de cerca de R$250,00.
Depois que algumas pesquisas, descobri que a Softbank também oferecia alguns celulares que aceitavam o uSIM Card, mas eles eram os modelos mais simples, sem acesso à internet nem nada, telefones comuns mesmo. Bem, naturalmente você fica com vontade de ter um celular top, com todas as funções possíveis e imagináveis, ler mangás, navegar na internet, perder tempo no facebook e outras inutilidades. No entanto, pesando o valor do investimento, optei por um celular pré-pago mesmo. Caso eu quisesse um celular pós-pago, além do valor do celular, eu pagaria cerca de R$100 por mês e a multa por desistência do plano quando eu voltar para o Brasil.
Apesar de serem poucos os modelos que aceitam uSIM Card – dada a variedade de celulares no Japão – eu escolhi o modelo que mais me agradava e decidi que iria comprá-lo. Foi quando encontrei outro problema, nem todas as lojas vendem todos os modelos e, além disso, poucas delas vendem celulares pré-pagos. Como eu não estava a fim de “caçar” o lugar certo em todo o país, procurei pela internet mesmo. Foi assim que decidi comprar um celular usado.
Orgulhosa, fui na Softbank mais próxima para comprar o meu uSIM Card e sair testando essa maravilha da tecnologia quando… Fui informada que eles não vendiam somente o cartão. Bem, o cartão já iria me custar aproximadamente R$75,00 e um novo celular me custaria mais R$75,00. Pensei um pouco e decidi comprar um outro celular, mas fui frustrada pela moça que me disse que eu teria que ter um registro de ALIEN, que só o pedido do registro não me bastaria, muito menos o meu cartão de seguro de saúde.
O Registro de Alien
O registro de Alien nada mais é do que o registro de estrangeiros que residirão no Japão por mais de 90 dias – nominho simpático, não acha? O registro, feito na prefeitura da cidade mais próxima, leva cerca de um mês para ficar pronto e é indispensável para qualquer um que venha a morar no Japão e queira ficar em dia com as leis. Cidadãos japoneses também precisam se registrar na prefeitura mais próxima (mas eles não são aliens, claro), ou seja, é um procedimento normal por aqui.
Dei entrada no meu registro no dia 03 de outubro, menos de uma semana aqui. A prefeitura mais próxima da TUFS é a de Fuchu e foi lá mesmo que me encaminhei sozinha, sem intérprete nem nada, porque é sempre mais divertido. Dei voltas e voltas até achar a prefeitura, sem falar que peguei o trem errado e fui pro sentido contrário, mas é errando que se aprende. Na prefeitura dei entrada no meu pedido de Alien e no meu seguro saúde.
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Abrindo uma conta no Banco
Como você já deve ter notado, para ser um cidadão aqui no Japão você precisa se registrar na prefeitura. Sem isso não é possível fazer coisas simples, como comprar um celular ou abrir uma conta no banco. Mas dois dias depois, com o meu cartão do seguro saúde em mãos, fui até o correio mais próximo abrir a minha conta bancária. Assim como no Brasil as lotéricas são ligadas à Caixa Econômica Federal, no Japão os correios tem um banco chamado Yuucho Ginkou. Foi rápido, fácil e indolor, bem diferente do celular. Uma semana depois eu já tinha o meu cartão de débito em mãos.
A Importância do Celular
Atualmente, no Brasil, você não precisa necessariamente de um celular para manter contato com os amigos. Muita gente usa as redes sociais para conversar, então basta ter um computador e pronto, você já está conectado, literalmente. No Japão a coisa é um pouco diferente. Para você estar, de fato, conectado, é necessário ter um celular. Na minha opinião, metade da experiência de convivência com japoneses se perde quando você não tem um celular.
Quando percebi que ter um celular seria um peso no meu orçamento, decidi que não queria. No entanto, depois de duas semanas, notei que não seria possível ficar sem um número para que as pessoas pudessem, no mínimo, me mandar mensagens.
Peguei meu cartão de Alien no dia 27 de outubro. No mesmo instante fui até a Softbank de Fuchu decida a comprar um celular novo, caso fosse necessário. Tive sorte porque, um atende muito simpático me contou que a Softbank de Chofu vendia uSIM Cards separadamente, sem a necessidade de comprar um outro aparelho. Mais do que depressa fui até lá e, pergunta aqui, pergunta ali, descobri onde era a Softbank, comprei o chip do meu celular e saí feliz.
Chegando em casa, me cadastrei no plano de emails ilimitados, fiz um email @softbank.ne.jp e passei meu número para os meus amigos. Tenho um celular que atende minhas necessidades – recebe e faz ligações, recebe e envia emails – e estou muito feliz com ele. Se você é estudante aqui no Japão, acredito que o celular pré-pago é a melhor opção, sem sombra de dúvida. Os créditos duram por dois meses e podem ser recarregados por telefone, pela internet ou em alguma loja da Softbank.
Caso você opte por um aparelho pós-pago, basta ter um cartão de crédito e o cartão do seguro saúde, não sendo necessário o cartão de Alien.
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