Desde o dia 11 de março de 2011 os olhos do mundo estão voltados ao Japão – país que andava esquecido, de certa forma, pelos brasileiros em geral. Desde a crise econômica em 2009, a volta de alguns dekasseguis para o Brasil e outros fatores, o país do sol nascente vivia escondido e calmo.
Hoje qualquer jornaleco da internet fala sobre o Japão e todas as desgraças que aconteceram – e nos fazem acreditar que as tragédias são diárias tendo em vista que os terremotos não param e a situação da usina nuclear de Fukushima parece não melhorar. Acredito que muitos dos fãs de cultura japonesa não teriam coragem de ir até lá agora, achando que podem ser contamidos só de pisar lá. Além disso, todos os jornais mostram multidões evacuando as cidades, principalmente Tóquio, e assustam os telespectadores dizendo que a cidade está vazia.
Uma pergunta: alguém sabe quantas pessoas moram em Tóquio?
Ninguém precisa ser um gênio para saber que é muito, mas muito difícil esvaziar Tóquio. Os japoneses não estão fugindo loucamente das cidades menos atingidas assim, sem necessidade. As pessoas, ao contrário do que tentam nos convencer aqui no Brasil, continuam vivendo suas vidas normalmente, economizando um pouco de energia, vivendo de uma maneira da qual estão acostumados – algumas privações, é verdade – mas não exatamente como nos fazem imaginar. Às vezes acho que os jornais querem nos fazer acreditar que o Japão vai afundar a qualquer momento, tamanha a desgraça no país.
Posso não estar lá e nem estar vivendo a situação, mas de uma coisa eu tenho certeza: de que os japoneses tem força e condições (financeiras, psicológicas, etc) para reconstruirem tudo o que foi destruído e aprender muito com isso. É preciso lembrar que os japoneses são especialistas em se reinventar e certamente algo maravilhoso vai surgir depois de todas as tragédias.
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